quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Vamos começar a mudança?

   
     
"Eu quero desaprender para aprender de novo.
Raspar as tintas que me pintaram.
Desencaixotar emoções, recuperar sentidos."
Rubem Alves
           
     Como é complicado reconhecermos uma dificuldade nossa, as vezes convivemos com ela há tanto tempo, que ela foi naturalizada como parte indispensável do EU. E sendo vista como algo nosso e ponto, nos permite usar da confortável justificativa de 'sou assim mesmo'.
     É possível que um dia, nos encontraremos numa situação que essa nossa característica passa a ser um obstáculo e nos faz pensar se ela é mesmo algo que precisa se manter ali.
     Esse reconhecimento é um processo, muitas vezes um pouco longo, mas com certeza as mudanças ocorridas a partir dele trarão resultados importantes.
    Acontece que o fato de reconhecê-la é apenas o primeiro passo, dentre outros essenciais para promovermos as mudanças desejadas.
     
     É como reformar uma casa, a reforma só é pensada depois de percebermos e nos incomodarmos com as paredes um pouco velhas, com infiltrações, a pintura desgastada, uma cor que já não nos agrada mais, a decoração já ultrapassada, as poucas janelas e entradas de ar e luz que não permitem a iluminação suficiente.
      
     Um dia folheando aquelas revistas de decoração nos chama a atenção como algumas casas são espaçosas, coloridas, confortáveis e pensamos que gostaríamos de mudar algumas coisas na nossa, a partir daí começo a me questionar qual cor é a minha preferida, quais objetos que eu gostaria que compusessem a minha decoração, como fica mais confortável e prático pra mim também.
     
     Então antes de começar, pensamos em todo o trabalho que vamos ter até que tudo esteja no seu lugar e do jeito que desejamos que esteja. Pensaremos também no tempo que esse trabalho vai nos tomar, e sem dúvidas nas dificuldades que vamos ter que enfrentar para que o resultado seja o mais próximo possível do imaginado e quem sabe até melhor. Como também, devemos nos preparar para situações de insatisfações, frustrações e a necessidade de reformular as ideias iniciais.
     É certo que haverá sujeira, bagunça, dores de cabeça, gastos financeiros e emocionais, incômodo com as adaptações que vão ter que ser feitas para nos mantermos firmes na decisão de uma reforma. Diante desses obstáculos todos, fica difícil mesmo decidir de imediato por "Vamos reformar!", mas se o desejo de ter um lugar aconchegante, bonito e gostoso de viver, falar mais alto, esses problemas vão apenas ser parte do caminho que leva à mudança e a satisfação a cada parte concluída será recompensadora.
     
     Após o reconhecimento de mudança, é importante que possamos buscar os profissionais que, de acordo com o nosso desejo, imaginação e necessidades, vão ajudar nessa transformação.
     O que preciso fazer? Somente redecorar? Colorir algumas paredes? Trocar móveis de lugar para deixar espaços mais funcionais? Quebrar uma parede para aumentar o espaço de circulação de ar e luz? Ou podemos abrir janelas maiores, mais luminosidade permite que vejamos as cores, os cantos da casa, os detalhes da decoração e nos encantemos a cada dia com a nossa casa e as escolhas que fizemos para melhorá-la todos os dias.
     
   Que a tarefa não é fácil todos sabemos, tanto que resistimos algum tempo e vamos deixando do jeito que está, até tomar a atitude de mudar, nossa casa ou nossa vida, nosso modo de agir e viver.
     Devemos ter em mente que em ambas as situações não conseguiremos copiar o que o outro tem, cada um com os seus gostos, desejos, excentricidades, limites para mudar, que se forem então respeitados, o resultado poderá ser melhor do que o esperado. E satisfeitos com as mudanças já concluídas, aos poucos os acabamentos e a decoração vão acontecendo e deixando nossa casinha externa e interna mais aconchegante, confortável, bonita, exalando alegria. 
     
    O Psicólogo pode ajudar com essa reforma de nós mesmo, como alguém que está atento às nossas reações, buscando acolher as emoções, sentimentos e angústias, enfim, está disposto a nos acompanhar nesse intenso processo de auto conhecimento.
    
     Então, quando vamos começar nossa mudança?


Juliana de Oliveira e Silva
Psicóloga 
CRP 04 / 40353



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